terça-feira, 9 de agosto de 2011

O nome do Bacharel


 Lane Valiengo

    Quando os ventos generosos aqui trouxeram as caravelas de Martin Afonso de Souza, em 1531, os olhos tripulantes enxergaram logo que já viviam europeus nas terras caiçaras. Por Deus e pelo Rei, não fomos os primeiros", praguejou imediatamente o imediato. Na verdade, Vespúcio, chamado Américo, estivera na América  antes dos emissários da Coroa lusitana. Dizem que lá por 1501deixou aqui um tal Cosme Fernandes, conhecido como Bacharel Mestre.

         Outros contam que na verdade a armada se livrou do Bacharel, que ninguém aguentava mais. Ou, então, largaram o ilustre  na Ilha do Cardoso como castigo. Pronto: um degredado no paraíso!

         Existem várias versões e muita controvérsia a respeito do nome verdadeiro do Bacharel de Cananéia e de fatos da sua vida. Seria ele um jovem cônego de grandes conhecimentos, expulso de Portugal por suas posições políticas e religiosas. Credita-se a ele a existência de São Vicente e também de Cananéia ( ambas disputam a título de primeira cidade do País). Teria sido ainda o primeiro europeu morador de Iguape e comandado índios e desgarrados.

         Cananéia, aliás, teria esse nome por causa exatamente do Bacharel:
seria a terra dos cananeus (judeus), ou seja, o lugar em que foram deixados os degredados.

         Para alguns historiadores, a verdadeira colonização do Brasil começou com o Bacharel, embora seu nome seja tão pouco citado. Outros, dizem que o Bacharel não passa de lenda e que ele não seria outro a não ser o próprio João Ramalho. Ou, talvez, Duarte Peres, ou Gonçalo da Costa. Quem sabe, Francisco de Chaves? E Antonio Rodrigues?

         Algumas teorias dizem que o Bacharel de São Vicente era um e o de Cananéia, outro. E que um deles, pelo menos, seria um alto emissário da Coroa Portuguesa, enviado para garantir a posse da terra, face às ameaças de espanhóis e holandeses.

         Para o celebre Cândido Mendes, não há dúvidas: era João ramalho mesmo, o primeiro colono e o iniciador da população mestiça do Litoral, o pai dos caiçaras.

         Independente de seu verdadeiro nome, é sem dúvida uma das mais fascinantes figuras da história, merecendo a atenção de nomes como Frei Gaspar da Madre de Deus, Paulo Setúbal, Pedro Taques, Varnhagen e o citado Candido Mendes. O mistério sobre o nome do Bacharel permanecerá sendo debatido, despertando paixões e controversias.

Constatações ligeiras 2


Lane Valiengo

         Veja só: a criança nasce sob uma grande carga de expectativas, principalmente quando os pais são ansiosos e projetam no filho os seus sonhos e frustrações. É comum. Mas tudo se agrava quando, ainda mais, os pais escolhem um nome feio, estranho, incomum, de mau gosto ou absurdo, condenando o filho a um sofrimento permanente, diário, até o fim dos dias. E o cotidiano torna-se uma lamentação só.

         Yohan não terá mais este problema, infelizmente: faleceu com apenas três anos.

         Josinélia espera começar uma vida inteirinha nova: vai casar.

         O filho de Batuel vai casar com a filha de Diocenio.

         E a filha de Ismaildo vai casar com o filho de Dionéia.

         Dinauê espera um emprego público.

         Cosma ficou viúva.

         Gilzenúbia faleceu tempos atrás.

         Quem faleceu foi o filho de Deluvina e Didimo, ambos falecidos, também.

         Amarina perdeu o pai.

         Sonilda perdeu a mãe.

         A filha de Olivízia era artista.

        
         Belisanda deu adeus.

         Dulcenete fez o mesmo em seguida.

         Adenilzo é motorista.

         Adautol foi convocado.

         Cenália deve se apresentar.

         Wêdja, certamente, tem ancestrais poloneses. Ou não?  

         Lindivan quer trabalhar com a Saúde.

         Aroni fará um curso novo.

         Dilana também está inscrita.

         Elfrida lecionava.

         Laizir tem o mesmo trabalho.

         Sonise tomou posse.

         Rosenil também.

         Mabilde trabalha com Educação Infantil.

         Clícia no Ensino Fundamental.

         A mesma área de Newilma.

         E de Ileni também.

         Vegner acabou o trabalho.

         Héglea atua na área Social.

         Da mesma forma que Digelza.

         O nome de Janinha causa curiosidade.

         Como será que surgiu o sobrenome Fuckner?

         Soelenita recebeu orientação.

         Ite é certamente um nome incomum.

         Lauricilda entende de alimentação.

         Emância é só lembrabnças.

         Vandecima perdeu a mãe.

         Risadalva também.

         O filho de Besaí é outro que pretende casar.

         A filha de Estórgio também.

         O filho de Leozípio é outro.

         Assim como o filho de Anedino.

         O filho de Euflosina estará no altar.

         O filho de Jorminal é caldereiro. E vai casar.

         A filha de Alisdete está comprometida.

         O filho de Adenicio é eletricista.

         A filha de Urda é balconista. E está noiva.

         Ecedite ocupa cargo importante.

         Deiva é casada com Antonio.

Constatações ligeiras


Lane Valiengo

         Nomes estranhos ou de mau gosto parecem se multiplicar descontroladamente. Se reproduzem em velocidade supersônica. E aparecem em qualquer lugar para lembrar o resultado do desleixo e do descaso dos pais, que obrigam seus filhos a conviver com o desconforto que é carregar, pela vida inteira, nomes inadequados. E no entanto, esta falta de consciência se reflete em praticamente todos os instantes da vida cotidiana, gerando até mesmo discriminações, perseguições, ofensas, assédios e desaforos.

         Guilger, por exemplo, tenta entrar na faculdade. Valdivo e Jailda perderam o pai. Irondina também. Dezamar  perdeu a mãe. E Alcida ficou viúva.
         Odete era casado com Denize. É terrível alguém carregar um nome que não evidencia seu gênero. Edizio tem o mesmo nome que seu pai. João deu o nome de Uinter a seu filho. Eloel perdeu a esposa.

         Izidoria e Erilucia são funcionárias públicas. Euza também. Seu nome é quase igual ao de Eleusa. Joerlinda é diferente. Samêa dá aulas. Leidce também.

         Tahiazy conseguiu emprego. Janiel tem explicações a dar. Jocedi foi convocada. Leovaldo e Venuzia também.

         Siberia foi embora, tão cedo...  Fídia chegou aos cem anos e deu adeus. Os filhos de Orlinda encomendaram missa. Rilza começará vida nova.

         Jesielde fará exames. Deverá encontrar com Rosmir. Nemuel gosta de Artes. Cauana prestou concurso, assim como Aldeniza.

         Solimeire prefere Ciências. Leonorildes entende de creches, assim como Katilcia e Louricelma. Evanuzia assinou contrato.

         Sumaya , Valdeciro e Urbanita ensinam crianças. Divaci também. Yetro perdeu a mãe em pleno inverno. Driely ficou sem o pai. Frio na alma...

         Guacyro é generalista. Hemetério conhece pedras. Kalinca ensina. Audilete também, assim como José Putarov. Suede, Tharin, Lauzemar estão na mesma lista. Iria foi.

         Abilde e Newilma pediram remoção. Lenarde fez o mesmo. Charleston não se classificou bem. Contudo, a vida segue.

         Rivonete ensina Português. Rubenval prefere História. Baiardo tem pacientes. Janduhy vê. Rocicle atende crianças.  Odissea pediu certidão. Nirva prepara refeições.  

         Santilha deixou saudades. Celízia será lembrada, com certeza. Sirene, filha de Aplonia, também. Rilton, Jonaide, Nomaiaci e Maévy sabem tratar feridas. Inande gosta de esportes.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Nomes ao acaso (mais nomes estranhos)

Lane Valiengo

Nomes estranhos aparecem em todo lugar. Não precisa nem procurar muito. Alguns deles são relacionados por mera curiosidade, pois absolutamente não são nomes normais. Veja só estes exemplos, coletados nas páginas dos jornais.

         Deoso
         Galbrir
         Cinclei
         Sulanilda
         Deldina
         Magnilde
         Sante
         Jaiska
         Clícia
         Adjane
         Adione
         Rodilon
         Kesia
         Erbênia
         Savina
         Clínio
         Daurina
         Arailes
         Mossalina
         Vinilson
         Wileydes
         Inessa
         Evileine
         Rosalete
         Joerlinda
         Monise
         Arildo
         Raphain
         Chelmi
         Iranete
         Arileide
         Wesney
         Edilneide
         Chely
         Lucivanda
         Rilton
         Della
         Beuvani
         Andros
         Jesielde
         Idreno
         Biener
         Eriston
         Jonisvon
         Citriano
         Edilandia
         Suany
         Telciane
         Nadiege
         Deusita
         Idinael
         Joedna
         Mirslda
         Rontauzer
         Vanedi
         Gracino    
         Enitércia
         Joseilde
         Iremar
         Tercília
         Vaniclécia
         Jalmira

Os nomes mais procurados do mundo


Lane Valiengo 

         Os dez nomes mais procurados do mundo pelo FBI atualmente (junho de 2011) são apenas oito. Não se sabe que são aceitas inscrições voluntárias. A relação apresenta-se assim desfalcada em razão da morte de Osama Bin Laden e da prisão do mafioso James Withney Bulger, na California.

         Ainda resta Glen Stewart, que já fugiu da prisão duas vezes, enquanto cumpria pena por assassinato e tráfico de drogas; Jason Derek Brown, que nem precisou de seus conhecimentos em comércio exterior e francês para assassinar o segurança de um carro forte e fugir com o dinheiro; Victor Manuel Gerena, que tem a cabeça a prêmio (US$ 1 milhão!), ex-segurança particular, que assaltou uma empresa, injetou uma substância desconhecida em dois funcionários e saiu com nada menos que US$ 7 milhões.

         Robert Willian Fischer é procurado por homicídio e Alexis Flores por homicídio e sequestro.

         Semion Mogilevich cometeu fraude fiscal e tem por hábito a lavagem de dinheiro.

         Os demais são suspeitos de envolvimento com cartéis de traficantes mexicanos: José Luis Saez, acusado por vários homicídios, incluindo o da sua namorada; Eduardo Ravelo é líder de um a gangue mexicana e agencia matadores para os traficantes em Ciudad Juarez. Acredita-se que ele se submeteu a diversas cirurgias plásticas e, alterando inclusive suas impressões digitais.

         A recompensa por informações sobre Bin Laden era de US$ 27 milhões. O segundo lugar era de Bulger, com modestos US$ 2 milhões. A lista existe desde 1950.  

Por que bondes têm esse nome?


Lane Valiengo

     Bondes, você sabe, são aqueles mostrengos de ferro e aço que foram salvos da extinção total por causa da nostalgia dos mais antigos e pela curiosidade dos mais novos. Em muitos lugares que tanto usufruíram deles, vivem somente em museus. Em outros, são peças exóticos a lembrar que antigamente o trânsito aceitava qualquer coisa. Para nós, a curiosidade maior é que somente no Brasil é que eles receberam um nome próprio só deles, sem tradução nem adaptação.

        A palavra “bond” no idioma edificado por Shakespeare significa acordo, promessa, contrato. Mas o que nos interessa é um outro significado seu: bônus. Os especuladores da História e dos bons costumes dizem que o nome “bonde” deriva dos bilhetes (ou passagens) emitidos pela empresa americana Botanic Garden Rail Company, que explorava o negócio dos “street cars” que circularam no Rio de Janeiro a partir de 1868.”Bonds” seriam os vales usados pela empresa, por causa da escassez de troco. A palavra “bond” vinha impressa nos bilhetes e não teria demorado mais que uma viagem por Copacabana para que aqueles portentoso e ultramoderno meio de transporte passasse a ser chamado candidamente de “bonde”. Simples, não?

        Que nada, existem tantas versões quanto o número de linhas percorridas pelos valentes carros puxados a princípio por burros. Há quem defenda com unhas e estribos que o nome veio mesmo do feliz proprietário da primeira linha implantada em Belém, Pará, conhecido desde o batismo por James Bond!

        Existem sites que apostam até o precioso apito dos cobradores (ou bilheteiros), e dão de quebra aqueles quepes elegantes, que o nome veio do substantivo “bond”, que pode significar elo, laço, algema, grilhões. E o insuperável escritor Luiz Fernando Veríssimo jura por todas as alavancas e todos os ilustres passageiros que o nome surgiu por causa da empresa britanicamente inglesa Bond & Share, uma das pioneiras do serviço de transporte coletivo no Brasil.

        O verbo “to bond” significa ligar, unir, atar.

        Mas em Santos, bonde significa o revivido bonde turístico, que leva os turistas e proprietários de máquinas fotográficas a conhecer todos os poucos tesouros históricos que temos e todas as mazelas de um Centro Histórico que desmorona a cada dia, a começar pelas marquises. Atendendo a milhares de meia dúzia de súplicas de saudosistas crônicos, criou-se a linha, que exibe diversos tipos do chamado “carril de ferro”, incluindo italianos, americanos, belgas e portugueses. Mais de um milhão de pessoas já andaram neles, desde que a linha começou a funcionar, em 2000.

        A linha tem cinco quilômetros.

O nome mais velho do mundo

Lane Valiengo

O nome que há mais tempo acompanha uma pessoa no mundo, atualmente, é um nome simples, singelo, até: Maria Lucimar Teixeira. E pertence a uma índia brasileira, que tem 121 anos.

        Descendente dos primeiros habitantes do território brasileira, Maria Lucimar pertence à etnia Kaxinawá e vive na Aldeia Grota, no município de Feijó, no Acre, cidade que fica a 378 quilômetros da capital Rio Branco. A condição de mulher mais velha do mundo foi constatada pelo INSS, que afirma: ela nasceu em 3 de setembro de 1889. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, Maria Lucimar foi levada a um posto do INSS para comprovar que ainda estava viva. Mais do que isso, ela provou que está perfeitamente lúcida.

        A mulher mais velha do mundo é viúva, teve dez filhos, sendo que apenas três estão vivos, e tem 22 netos. Ela cria galinhas e carrega baldes de água para sua casa, conversa naturalmente e gosta de contar histórias sobre sua vida centenária. Estão programados para setembro, quando completará 122 anos, três dias e três noites de festas, na melhor tradição Kaxinawá.

        Anteriormente, a mulher considerada a mais velha do mundo era outra brasileira, Deolinda Soares Rodrigues, de Presidente Prudente, interior de São Paulo. Deolinda herdou a posição de Maria Gomes Valentim, mineira de Carangola, que faleceu no ultimo 21 de junho, a poucas semanas de completar 115 anos.