sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

NOME E DISCRIMINAÇÃO

Paulo Matos

Em http://www.esquerda.net/content/view/13847/68/ temos a noção da discriminação após nomes asiáticos ou africanos, enquanto se valorizam os ingleses: “O governo britânico quis saber a dimensão atual da discriminação racial no acesso ao emprego”. Isto no chamado Primeiro Mundo. E promoveu esta pesquisa:
“Para isso - segue - respondeu a quase mil ofertas de emprego, usando três falsas identidades por cada resposta. As conclusões, embora chocantes, não foram surpresa. O Ministro do Emprego propõe agora a hipótese de impedir as empresas que discriminam de aceder a contratos com o Estado.” O nome serviu de obstáculo, isso no chamado “Primeiro Mundo”. Prá você ver, como canta Lulu Santos.
A questão é concreta e objetiva, estão na ordem do dia em uma época de valorização da imagem e do capricho em definir os nomes como elementos publicitários, de pessoas, empresas ou produtos. Quem estiver fora disso é vítima, não adianta arrumar desculpas diante da inexorabilidade das regras do mercado.
A crueldade do sistema é facínora com os nomes feios e os discrimina. Não importa que eles falem de pessoas humanas, seres sensíveis que tem filhos e família. A discriminação os rotula e não importa o resto. A única chance é mudar, de nome. Por que aceitar uma discriminação estúpida destas?
A questão evolui na sua importância e não perdoa sexo, idade, condição social, ao contrário agrava-se diante destas condições, a que precariza além de sua cronicidade. Um nome estranho ou que lembre um cantor brega torna-se referência, no inelutável modo dos brasileiros de ironizar o próximo, se ele estiver próximo ou não.
Manoel de Hora Pontual, Manoel Sovaco de Gambarlina Terebentina Capitulina de Jesus Amor Divino, Maria Crisantina, Maria da Boa Morte, Maria da Segunda Distração, Maria do Seu Pereira, Maria do Sô Anternor, Maria Esposa de Jesus, Maria Panela, Maria Passa Cantando, Maria Passa Batendo, Maria Suvaqueira da Suaman, Maria Tributina Cataerva. Estes nomes estão no saite http://desciclo.pedia.ws/wiki/Lista_de_nomes_estranhos_registrados#M. Não, não são criações, mas há a necessidades de mudar.
Foi na missão de fazer uma cirurgia plástica atual e necessária nos nomes das pessoas-vítimas deles que o advogado Gerson Martins, pensando nos dramas ocasionados e que os conheceu de perto através de inúmeros depoimentos, seus sofrimentos. Era a consciência da necessidade, como disse o filósofo Karl Marx.

Nenhum comentário:

Postar um comentário