sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O caso de Messias (Dossiê nº 002)

Lane Valiengo

     Ajudar e ser ajudado, colaborar, ser solidário, tratar as amizades com o devido cuidado, cultivar amores e respeitar sempre os outros. São questões básicas para a existência de qualquer pessoa consciente. Messias era muito consciente, devemos admitir. Quem conhece garante que tinha um coração enorme e bondoso, conforme saiu publicado no jornal.

         Messias era o centro da sua família. Tinha nove irmãos, os quais ajudou a criar, com seu espírito batalhador. Criou mais: cuidou com muito amor de seus quatro filhos. Gostava de reunir todos em sua casa, mesa farta (sabia cozinhar muito bem!), conversa franca, camaradagem, afeto. Quem estivesse com algum problema, era só procurar, que Messias recebia de braços abertos e os conselhos necessários.

         Messias (Mashiach em hebráico, Moshiac em asquenazi e Mesiha em aramáico), significa "o Consagrado" e refere-se à profecia da vinda de um humano que reconstruirá a nação de Israel. Para os cristãos, o Messias é Jesus Cristo.

         Aí veio o destino e, com um câncer de pulmão, Messias faleceu em 21 de junho de 2011, depois de 83 anos bem vividos.

         Aparentemente, uma vida de muita luta, que não permitia muito tempo para sofrimento. Mas é claro que Messias deve ter tido a sua parte de muito sofrimento, aborrecimento, frustração: Messias Luiza de Abreu foi mãe e esposa exemplar. E ainda foi obrigada a carregar um nome estranho e inadequado para mulher.

         Conclusão: A ela foi negado o direito de ter um nome adequado.

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